Uma educação de qualidade é fundamental para gerar igualdade de oportunidades aos indivíduos e para crescermos como sociedade. Do ponto de vista do indivíduo, adquirir o conhecimento no ambiente escolar é fundamental para que ele tenha acesso ao ferramental básico que lhe dará liberdade para ser protagonista em suas decisões de carreira e chegar o quão longe sua capacidade e força de vontade o permitirem. Do ponto de vista da sociedade, uma população educada proporciona maior produtividade ao País e, em consequência, maior crescimento econômico e aumento de renda. Porém nosso sistema educacional está muito aquém do esperado.
A educação básica brasileira possui resultados desastrosos, sendo ainda mais graves para as famílias mais pobres. A educação infantil, de suma importância para a formação das crianças, atinge somente 35,6% da população de até 3 anos, e 93,8% de 4 e 5 anos – sendo que os 6,2% restantes representam, justamente, crianças em situações de vulnerabilidade social¹. No 3º ano do ensino fundamental, quando as crianças já deveriam ter concluído o processo de alfabetização, menos da metade possui a aprendizagem adequada em Leitura e Matemática². No ensino médio, concluído por apenas 59% dos jovens, o resultado é ainda mais trágico. Apenas 7,3% dos concluintes aprendem o conteúdo adequado em Matemática, e apenas 27,5% em Português³.
A baixa flexibilidade do modelo educacional ofertado e a cultura fortemente estatal na área inibem inovações e maior aproveitamento de parcerias com o setor privado, além de limitar as escolhas das famílias, especialmente as mais pobres, em relação ao modelo de educação que querem oferecer para seus filhos.
O NOVO defende que o Estado deve atuar no estímulo à adoção de modelos que melhorem a aprendizagem e reduzam a evasão, como a implementação de escolas em tempo integral e o novo ensino médio, garantido às redes a multiplicidade de oferta e a liberdade de escolha do modelo pedagógico. Entidades privadas devem ser parceiras na solução de problemas públicos, possibilitando e facilitando a implementação de experiências como escolas conveniadas (charter), bolsas de estudo para alunos de baixa renda estudarem em instituições de ensino particulares e creches comunitárias.
No ensino superior os desafios também não são poucos. Nossas universidades públicas sofrem com estruturas de governança sujeitas a interesses políticos e com a crise financeira causada por um modelo de financiamento exclusivamente dependente do Estado. É urgente a diminuição da dependência de recursos públicos com a viabilização de receitas próprias. Além disso, a desconexão com o mercado é evidente tanto nas grades curriculares quanto nas pesquisas desenvolvidas, o que acarreta universidades autocentradas e com baixo aproveitamento pela sociedade do conhecimento desenvolvido nas instituições de ensino. A pouca penetração do ensino profissional é mais um sintoma dessa desconexão.
Por fim, o Brasil precisa ofertar à população um ensino profissional e superior que dê liberdade de escolha para que indivíduos possam perseguir a formação que desejam, independentemente de sua classe social. Ao mesmo tempo, é necessário preparar profissionais e desenvolver pesquisas que estejam alinhadas às necessidades do País, às demandas do mercado e à evolução tecnológica em curso, focando especialmente no que podemos ter como diferencial competitivo frente ao restante do mundo.
Vencer os desafios da educação brasileira é fundamental para vivermos em um país mais justo, empreendedor e livre.